domingo, 6 de dezembro de 2009

Madrugada


"No deitar da madrugada,
gemem as flores, possuidas pelo orvalho...
enquanto minh'alma,
rasteja nas calçadas nuas...
sedenta de você!"

(Rosane Oliveira)

domingo, 1 de novembro de 2009

domingo, 18 de outubro de 2009

sábado, 17 de outubro de 2009

VENHAS

TEXTO DE ROSANE OLIVEIRA E PAULO SILVOSKI

Alzheimer


Alzheimer

Imóvel
sobre o leito
inerte
aos apelos da carne
sequer reconhece a dor
nem lágrimas
nem sorrisos
nenhum sentir lhe aflora
apenas o ir e vir
sem "pra onde"
ansiedade lhe devora
os caminhos desconhece
E você quem é?
nenhuma toca é sua óca
tudo
é ainda insuficiente
é o Alzheimer
a destruir o "presente"

na lucidez extinta
apagam-se as luzes
uma a uma
e no virar da madrugada
resta um corpo
de alma ausente
ainda vivo
sem "passado" e sem "presente"

Rosane Oliveira

terça-feira, 13 de outubro de 2009

PENSAMENTANDO


Pensamentos,


não parem!

Desejo,

fique!

A alma,

que se estenda!

As velas,

que não se apaguem!

Da vida,

um segredo!

Do amor,

a nudez.

(Paulo Silvoski)

BEIJO SONHADO


BEIJO SONHADO


Tive saudades

de contigo estar,

na mesma mesa,

no mesmo lugar.

novamete,

teus olhos fitar,

neles me entregar.

Queria ser o brilho

que seu coração

faz fluir.

Aproveitar o

momento perdido,

ter o beijo roubado,

os corpos saciados

sentir-me seu

homem amado.

(Paulo Silvoski)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

SEGREDO



SEGREDO


Por ti me afino,

oh! minha doce amada,

ao som sublime do violino,

a leve musa tocada...



Sinto carícias puras,

em sua pele macia.

Em manhãs futuras,

serão os mais lindos dias.



E com o punhal se crava,

a coragem crio agora.

A lâmina me embriaga,

com o seu perfume de outrora.



E o mundo haverá de ler,

o que me é emoção...

e meu segredo irão saber,

que é só seu, meu coração.



(Paulo Silvoski)

Placebo


Verte nos orifícios
O vazio
Flui junto ao vermelho
Bolhas de "nada"
Trombos de dor abrem passagem
Entre as bolhas naufragadas

Exala
o inodoro

sabor insípido
de um grito mudo
em ecos desconexos

a luz fosca
o céu encoberto
a ausência da lua
comungam desta "pane"

Eis-me aqui
Inerte a vida
Embebida na essência amarga
Do instante
Que me rouba o sorriso!

Rosane Oliveira

domingo, 4 de outubro de 2009

Submergida


Submergida

Embriaguei-me,
De (over)doses de consciência,
Deixei pelo caminho,
Uma mala de inconseqüências,
Engoli a seco a razão,
Amordacei a minha inspiração,
Algemei meu coração!

(Re)virei a minha vida,
Às avessas acordei...
Dolorida pelas lembranças,
Imersa em esperança,
Incorporada de “pé no chão”!

(Re)organizei os cômodos,
(Re) semeei flores,
(Re)escolhi amores,
Curativei!
Colei os cacos,
Expurguei as dores,
Cicatrizei!

Fortalecida...
Horizonte aberto,
Emoção restaurada,
Novos valores,
Novos caminhos,
Limpa,
Nua,
Encontrada de mim!

Rosane Oliveira

Aliviada


no interruptor
o dedo
no ambiente
a penumbra
e o perfume nas narinas
presença
invisível aos olhos
sentida na pele
e no cheiro
o sorriso me saltou
a lágrima aflorou
a tranqüilidade ficou
na noite o cheiro adentrou
adormeci
incorporada

Rosane Oliveira




Sou anônimo,

das noites frias,

de ventos gélidos.

Hóspede sem posse.

Acabado de chegar,

que faz o nome habitável,

na ternura de amar.

Não chego de mãos vazias.

Trago os prazeres do silêncio,

em saber-me ser inocente,

no instante do próprio amor.

E faço meu retorno,

gritando pelo seu nome.

Quero começar tudo de novo,

entregar-me em segredo ...

E sem desvios, em se dizer:

"meu bem, como te amo ..."
(Paulo Silvoski)

Travestida

Não, não sou...
Não sou o que eu queria ser!
Rastejo quando quero voar,
Choro quando quero sorrir,
Naufrago,
E nem tento submergir!

Não estou onde queria estar,
Fico aqui...
Mergulhada nos meus lamentos,
Quando nos teus braços
Eu desejo naufragar.
Viajo nas minhas lembranças
E tudo o que quero,
É beijar, beijar...
E morrer de te amar!

Sorrio entre as lágrimas
Que teimam rolar,
Deixo a saudade me inundar,
Guio-me pelo brilho do teu olhar!

Que covarde sou eu,
Que não luto pelo amor teu?
Aceito passivamente os obstáculos,
As algemas de um amor tirano,
Que se acabou,
Mas ainda me mantém em dormência.

Que covarde eu sou,
Que aceito ser infeliz?
Acumulo cicatriz,
E tudo apago e refaço,
Como se a vida,
Fosse uma lousa escrita em giz!

E o amor que eu sinto não me cabe,
À distância me faz vil,
A dor não expurga nas lágrimas,
E o tempo se esvai...
A saudade me consome,
A insônia se apodera,
Nem percebo a primavera,
E cadê o meu amor?
Meu horizonte é só um fio
Delgado, frágil...quase invisível!
Tal qual a liberdade,
Pela qual não brigo,
E o reflexo que já nem vejo...
Tal qual o amor que escondo em mim,
Junto das sombras
E das flores de jasmim...
Como se ele fosse pecado,
Um caminho desviado,
Sentimento desvairado,
Um fruto inseminado,
E precisasse ser sepultado!

E o conflito aflora,
Verte nos poros,
As lágrimas rolam,
Os sorrisos saltam,
Os olhos brilham,
E eu transbordo amor...
Me afogo em dor,
Me embriago de saudade,
Me privo das vontades,
Me escondo da verdade...

E lá no fundo,
No mais profundo...

Veste “luto” o meu amor!

Rosane Oliveira

quinta-feira, 10 de setembro de 2009


Você eu amei.
De palavras,
poemas fiz.
De sua boca,
encantamentos.
Em momentos
versos crieie
aos dias
te contemplei.
De sua presença
no universo, me fiz.
E com os sentidos,
dos apertos de mãos,
de abraços apertados,
corpos entrelaçados,
os versos foram
traçados.
(Paulo Silvoski)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

DOCE CRIATURA

Doce criatura,
criança doce,
doce que lambuza...
lambuza o beiço,
beiço que beija,
beijo que é doce,
doce de menina,
menina-mulher,
mulher que me seduz,
seduz e me faz querer...
Querer tê-la outra vez,
como doce criança,
com sonhos de menina,
e desejos de mulher...
em meus braços, agasalhar
sua pele doce, beijar
e continuar
a te amar.
(Paulo Silvoski)

domingo, 30 de agosto de 2009

Perdição


Perdição

Que cheiro é esse que me entorpece?
Cheiro de fruto maduro
Que eriça meus pelos
E me estremece.

Que cheiro é esse que adoça a boca?
Atiça desejos
Provoca latejos
E me deixa louca.

Que cheiro é esse
Que me atiça na noite
No dia me assanha
Me convence e me ganha,
Feito um delicioso vicio,
Me rendo aos caprichos
Assim...feito bicho!


É cheiro de gato,
De lobo no cio,
É cheiro de macho,
De menino vadio,
E lá se vai meu juízo...
Na correnteza do rio!

Rosane Oliveira

sábado, 29 de agosto de 2009

Olhando além do meu reflexo


Olhando além do meu reflexo

Sinto-me estranha.
Há em mim uma insatisfação imensa e muitas lacunas apareceram ultimamente.
Sinto que o meu tempo se esvai... parece-me que não há mais tempo.
Preciso ficar só com meus devaneios.
Preciso da companhia de mim mesma e procuro achar o que me aflige e me entristece.
Sinto uma vontade imensa de correr. Correr atrás de algo que não sei ao certo o que é e nem onde encontrar.
Não quero chorar, mas minha tristeza é visível em meu olhar!
Bom, vou sair. Vou ficar comigo mesma e tentar entender esse momento.
Adentro o ônibus e observo logo um banco vazio.
Lá estava um senhor, já de bastante idade, com dois livros entre as mãos e concentrado na leitura de um deles.
- Com licença?
Precisei despertá-lo da leitura para que pudesse sentar-me no banco a sua frente.
- Claro, me desculpe! Assim me respondeu ele.
-Estava tão concentrado no final desta leitura que distraí-me.
- O que o senhor lê? Perguntei curiosa.
O título do livro era: E agora?
- Eu leio muito. Passo noites e noites lendo, preenchendo a minha insônia. E sempre leio dois livros, um pra mim e um pra minha esposa.
Instantaneamente imaginei, porque motivo ele leria para a esposa. E logo ele completou a interrogação do meu pensamento.
- Minha esposa é cega. Eu leio pra ela sempre, até que ela adormeça. Depois que ela dorme eu leio pra mim, e muitas noites amanheço na leitura.
Fiquei ouvindo o relato daquele senhor e imaginando que linda era a cena, dele à beira da cama lendo para a esposa cega.
Não pude deixar de observar a simplicidade daquele senhor agarrado aos seus livros. Parecia um homem simples, suas roupas mostravam que era de origem humilde. A calça estava manchada, a camisa faltava um botão; chinelos nos pés e os dois livros nas mãos.
Quanto carinho tinha pela leitura e quanto amor tinha pela esposa cega.
Mas... voltando ao começo deste devaneio, quando eu entrei no ônibus...qual era mesmo o meu problema?

Rosane Oliveira

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Nostalgia



Nostalgia

Só mais um querer
Largado ao léu... no anoitecer
Só mais um sonho
Esquecido ao amanhecer!
Desejo amputado
Asa cortada
E outro vôo interrompido...
Apenas mais um suicídio!
A nostalgia aflora no vazio de nós
Normal?
Será normal, incisar os sonhos
Como se fossem pétalas
Arrancadas uma a uma
Como numa brincadeira de “bem me quer”?
Ao anular dos desejos
Desfolhamos a alma em viva carne
Auto- ferimento sem qualquer anestésico
E ao coagular do sangramento
A cicatriz...
Tatuagem natural
Dos tantos suicídios diários!

Rosane Oliveira

domingo, 23 de agosto de 2009

Ele era o cara!


Ele era o cara!
(Milton – in memória )

Era um profissional exemplar. Um torneiro como poucos.Ouso dizer que era “o melhor”, no torno e na cozinha!
Fazia o melhor caldo de mocotó da região.
Logo cedo, tirava a “Creusa” da garagem e dava uma voltinha no quarteirão pra matar a saudade de uma noite inteirinha longe dela.
Que “Creusa”? Era esse o apelido da caminhonete F1000 cabine dupla, que ele tanto amava. Cuidava dela com um carinho sem igual.
Nos fins de tarde, lá vinha ele...banho tomado, cigarro entre os dedos, todo perfumado e sorridente. Eu, não me continha em cheirá-lo. Ele dizia que o perfume era pra atrair as gatinhas.
Quem ouvia ele falar e sorrir safadamente, até acreditava que era um garanhão de mil mulheres. Propaganda enganosa!
Dona Tânia não dava mole. Era o homem dela, vivia espantando a mulherada, enquanto ele alisava o bigode e gargalhava.
Tinha mil defeitos, mas suas qualidades eram os defeitos elevados a quinta potência,ou seja, era “bona gente”, como ele mesmo dizia.
Naquele dia, ele se levantou cedo , como sempre fazia, banhou-se, fumou seu cigarro e foi na padaria comprar pão. Ao voltar sentiu-se mal. Sentia dor no peito quando chamou Dona Tânia que neste momento tomava banho. Apressou-se para ajudar o marido. Rapidamente levaram ele ao posto médico, que encaminhou ao hospital. Diagnóstico: Infarto do miocárdio.
Foi levado a UTI, onde ficou sob todos os cuidados.
Estava bem, mas o exame era necessário, assim como a Angioplastia. Era preciso desobstruir a artéria.
Foi então encaminhado a outro hospital, pois o convenio recusava-se às despesas e o hospital não realizava tal procedimento que ele necessitava.
Uma vez transferido, instalado e examinado, foi submetido ao procedimento necessário.
E ali estava, atrapalhando o exame, o maldito efeito do cigarro. Veias enrijecidas pela nicotina, não permitiam a passagem do cateter. O trombo movimentou-se obstruindo outra artéria e causando uma parada cardíaca.
E lá se foi o nosso amor!
Reanimado...UTI...diagnóstico:
“Apenas um milagre poderia salva-lo”.
Nós, que já orávamos, oramos ainda mais e uma corrente se formou. Mas, Deus já havia tomado a sua decisão. Precisava do melhor torneiro da terra para ajudá-lo na grande obra em andamento no céu. E levou o nosso amor! Assim...em um único sopro...Ficou apenas o vazio. As coisas que não fizemos porque sempre deixamos pra depois, pensando que sempre temos tempo.
Eu não aprendi fazer caldo de mocotó...faltou-me tempo...e agora não há mais tempo!
Passei o perfume nele, mas não tinha cheiro. Talvez porque o corpo não tinha vida. Cheirei o frasco e não tinha o mesmo cheiro. O cheiro que eu gostava era uma mistura do perfume com o cheiro dele. Perdeu a graça, perdeu o sabor!
Agora os dias se arrastam, as lágrimas rolam, os “porquês” martelam os pensamentos. Porque fiz? Porque não fiz? Porque não disse? Porque o fiz chorar? Porque, porque, porque...
Nenhum resposta acalma os ecos das perguntas, nem ameniza a dor ou traz ele de volta. Nenhuma resposta conserta o que fizemos, ou muda o que não fomos.
Quisera que tudo isso fosse só um pesadelo.
Que ao meu beijo ele acordasse e fosse outra vez o príncipe da Dona Tânia fazendo-a sorrir outra vez!
Quisera desfragmentar o tempo, estreitar esses dias de dor intensa e fazê-los sumir em um único delete.
Quisera convencer a “ELA” que estava enganada, que não era ele e nem a hora era essa!

Rosane Oliveira

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Ainda é tempo


Ainda é tempo

Descobri...
Que o tempo é breve
E rouba os nossos sonhos!
As decisões são difíceis
A coragem é extinta
Mas é preciso achá-la
Antes que o tempo
Devaste nossos momentos.
Descobri...
Que não tenho tempo,
Que não posso mais esperar.
Essa é à hora!
Meu momento é agora!
Este é meu melhor tempo!
É hora de metamorfose
De enterrar a lagarta velha e triste
Abrir as asas ao vento
E ser livre!
Ainda é tempo de ser linda!
Ainda é tempo de ser completa!
Ainda é tempo de ser feliz!

Rosane Oliveira

Morte


Morte

Maldito silêncio
Que fortalece a navalha
E com um só golpe
Extirpa a vida!
Num único sopro
Rouba-nos um amor
Expondo a carne
A tamanha dor
Aflorando a saudade
No perfume da flor!

Maldição sem rosto
De passos sem rastros
Tempo sem rugas
E na foice...o poder!

Maldita!
Que derrama o sangue
Despedaça o amor
Liberta a alma
No cerrar dos olhos;
Coagula a vida
No resfrio do corpo;
Esvaem-se os sorrisos
E transbordam as lágrimas;
Expondo a alma
À impotência do “ser”;

Maldita!
És soberana e competente
Em seu afazer!

Rosane Oliveira

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Te quiero/Você eu amei


Te quiero.
*
De palabras,
poemas hizo.
De la boca,
hechizos.
En momentos
crear versos
y los días
que contemplar.
De su presencia
en el universo, lo hice.
Y con los sentidos,
el temblor de las manos,
de abrazos apretados,
organismos relacionados,
los versos eran
trazado.
(Paul Silvoski)
*
*
*
Você eu amei.
*
De palavras,
poemas fiz.
De sua boca,
encantamentos.
Em momentos
versos criei
e aos dias
te contemplei.
De sua presença
no universo, me fiz.
E com os sentidos,
dos apertos de mãos,
de abraços apertados,
corpos entrelaçados,
os versos foram
traçados.
(Paulo Silvoski)

INDAGANDO


Indagando

Vida!

Um sopro?

Sonho?

Um nada?

Vida!

Um sopro!

alegrias!

Luzes!

Ou sonhos?

(Paulo Silvoski)

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Extremos


Extremos

Maldita
Perfeição da escrita!
Amputa a essência
Provoca dormência
Gestação!

Amargo
Decapitar de sentimentos
Ofusca o nítido
Do grito meu!

Doce sentir
Que me permite
Transcrever
As discordâncias
Do meu querer!

Bendito amor
Que simplesmente acontece
Engrandece
E poucas regras
(Des)Obedece!

Rosane Oliveira

"...Não me corte as asas!
Sem elas não sobreviverei à queda;
E também tu morrerás, ao ver-me ali...
Agonizando sobre as pedras!"

Rosane Oliveira

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Em minhas mãos e em teu coração


Em minhas mãos e em teu coração!

Sufoca-se a humilde felicidade
No egoísmo e na ignorância de uma sociedade
Perderam-se as senhas da solidariedade
Procura-se o amor na humanidade!

A autodestruição está à porta!
Os corações estão fechados!
Do outro lado, “ a força oculta”
Descobre-te nos escombros de um passado!

É o caos diante dos olhos!
A degeneração da civilização!
Há esperanças nos braços do “Ser Maior”!
Precisas apenas abrir teu coração!

Trace a saída do labirinto
Ao seu lado está o teu “irmão”
Coração verdadeiro, quase extinto
Quase invisível diante da perdição!

Entre ervas daninhas semeie o trigo
E regue com seu carinho
Veja nascer um grande amigo
E morrer o ser mesquinho!

Busquemos valores perdidos!
Nos escombros da desunião
Recuperemos a humildade
Restauremos a humanidade!

O futuro dela está em nossas mãos!

Rosane Mergener Oliveira

sábado, 18 de julho de 2009



Fuga para o encontro

Percebo-te partindo...
Antes mesmo de haver chegado,
Mudando o seu caminho
Em passos descompassados...
Percebo-te indo embora,
Antes mesmo de ter voltado!

Tentas resistir,
Ao que já está incorporado;
E fugir,
Do que te mantém aprisionado.

Tentas esconder,
O que nos olhos teus, está escancarado;
Submergir deste mar que estás mergulhado;
E sequer percebes que estás ancorado!

Inútil querer separar
O que está homogeneamente misturado.
Ou ignorar a felicidade
De estar completamente apaixonado!
Fechar os olhos à doçura deste pecado,
E punir-se temendo não ser perdoado!

Inútil querer acordar
De um sonho já começado
Ou desistir de um caminho que já foi traçado!

Rosane Oliveira

sexta-feira, 17 de julho de 2009


Assim é ser poeta!

Estranhas vidas desprovidas de maldade,
Doces seres que não sabem ser metade
Jóias raras reluzentes
Loucos seres de almas transparentes
A cultuar a liberdade!

Nos braços,
Trazem a esperança,
No peito aberto,
Levam a união.
Seu desafio é a aliança
Entre corpo, alma e coração!

Estranhos lindos seres
Muitos ainda nascerão,
Anjos sem asas
Semeadores de emoção!

Estranhas almas a vagar
A semear letra a letra
Nas asas de uma caneta
Fazem o amor transbordar!

Que estranhos seres são esses (Castelo Hanssen)
Que nunca se cansam de amar!
E levam o seu dia a dia
Vivendo de poesia!

Rosane Oliveira

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Atrevimento


Atrevimento

Hoje,
Somente hoje...
Quero perder o juízo,
Arrancar os rótulos,
Despir-me dos medos
E me permitir...

Quero me embriagar da liberdade,
Entregar-me aos beijos que tenho vontade,
Saborear essa tal felicidade,
E adormecer nos braços da saudade!

Hoje,
Quero viver um sonho,
Quero gritar,
E nos ecos do meu grito,
Fazer o mundo me enxergar...

Quero fechar os olhos de Deus,
Pra que Ele não me veja pecar,
Beber das minhas vontades,
Gota a gota...
E me envenenar.

Quero vomitar esse amargor
E descobrir se a dor da morte
É maior que a dor de viver sem você!

Hoje,
E só hoje,
Quero me rebelar,
Soltar as amarras,
Cortar os laços,
E fugir...
Fugir de mim,
Fugir de você...
Fugir de tudo e de todos,
Apagar o passado,
Desenhar o futuro,
E entregar-me a vida!
Quero permitir que ela decida
Os atalhos do meu sentir!

Hoje,
E só agora,
Quero morrer pro ontem,
Renascer pro amanhã...
Livre,
Despida dos medos,
Nua dos meus pudores,
Esquecida dos amores,
Sem nenhuma cicatriz...

Hoje,
E somente hoje
Quero perder o juízo
E atrever-me a ser ...Feliz!

Rosane Oliveira

ANJO SEM ASAS
.
Quem será que disse um dia
Que pra ser anjo é preciso asas?
Quem quer que tenha sido
Nunca lhe viu adormecido em sua fragilidade...
Também nunca viajou
Na inocência que habita em teu sorriso...
E nunca sentiu na alma
O poder que existe
Nos carinhos dessas mãozinhas!
Quando as lágrimas brotam nestes olhinhos,
Sei perfeitamente
que mesmo não sendo azuis,
Ainda assim, são lágrimas de um anjo!
Meu anjinho sem asas,
sem olhos azuis
e sem cachinhos dourados!
Dourados são os sonhos por onde sua imaginação me leva!
Sem asas voamos sobre o mar,
Flutuamos sobre os jardins
E patinamos com os beija-flores!
Há! Quanta magia existe nestes olhinhos que não são azuis!
Quando pela primeira vez me olharam,
Pareciam duas pérolas negras...
E me enfeitiçaram!
Sorriu pra mim e nos meus braços se aninhou...
Então entendi, que o anjo que tava ali...
Veio do céu pra ser um rei...
Sem asas,
frágil,
de negros olhinhos molhados
e sorriso pidão...
Querendo apenas um canto no meu coração...
Então entendi que esse anjo pidão,
Veio pra mim com uma missão...
Veio florir o meu coração!
Veio pra me fazer feliz!
.
Rosane oliveira